A ansiedade por melhora na economia é grande. Não apenas por parte do cidadão comum, que sonha em se levantar financeiramente, mas também do empresariado. Mas o mar não está para peixe. Com o reconhecimento do governo brasileiro que o crescimento da economia do país será menor do que o previsto, acende-se uma luz vermelha. E, se não bastasse, a tensão internacional entre China e Estados Unidos vem desestabilizando a moeda internacional, que já mostrou sinais de aumento. O mercado, por meio do Boletim Focus, registrou a 12ª queda consecutiva na previsão do PIB para esse ano, recuando de mais de 1,45% para 1,24%.
Revisão do PIB mina otimismo
Para Rui Rocha, sócio fundador da Partner Consulting, a revisão e a queda na projeção, avalizadas pelo governo, minou o otimismo do empresariado, e isso é muito preocupante. “Desde que o novo governo assumiu, não temos nenhuma resposta e nem reação do mercado favorável às mudanças ou mesmo iniciativas de mudanças”, salienta. “O ano começou com a expectativa muito alta em relação à mudança do direcionamento econômico e macroeconômico, além de todas as questões envolvendo as reformas. Mas até então não vislumbramos nada de concreto”, afirma Rocha.
‘Falta muito jogo de cintura’
Os desencontros do atual governo podem prejudicar em muito as negociações na Câmara e no Senado, em relação, principalmente, à aprovação necessária da reforma da Previdência. “Não sentimos que há esforço político para isso. Vemos, na verdade, um grupo de centro dominando e se impondo no governo, que não sabe negociar, situações diversas”, explica o sócio fundador da Partner Consulting. “Falta muito jogo de cintura e relacionamento entre as diversas frentes, inclusive com setores da sociedade.”
Guerra EUA-China piora o cenário
Além da fragilidade da economia brasileira, o impacto da guerra comercial entre a China e os EUA preocupa ainda mais os empresários. Com a alta da taxação dos produtos americanos pela China, as bolsas de valores caíram. “Além das diversas dificuldades domésticas a serem trabalhadas, passamos a ter um componente internacional sobre o qual não há nada a fazer”, avalia Rocha. “Passamos por uma das piores crises econômicas, com quedas de 3,8% e 3,6% do PIB em 2014 e 2016. De lá para cá, o crescimento é pequeno e, agora, está claro que a retomada é muito lenta.”
Mercado espera governo reagir
A expectativa ainda é de uma reação do governo federal, para que o mercado também comece a reagir. “O governo parece ainda em campanha eleitoral, buscando cumprir as promessas, mas esquecendo que existe algo maior a ser feito”. Para salvar este ano, primeiramente, é necessário aprovar as reformas e dar continuidade às políticas de privatização, para somente depois liberar crédito para os setores críticos da economia, segundo Rocha. “Isso apenas ocorrerá com o aumento dos investimentos externos no Brasil, o que poderá interferir no comportamento do câmbio”, diz.
Troca de celulares histórica
O Magazine Luiza, plataforma digital que já eliminou fronteiras entre o varejo físico e virtual, realiza uma das maiores ações de venda de smartphones da história. No Smartphoniza Brasil - nome dado à campanha - o cliente pode utilizar qualquer celular usado para deduzir o valor da compra de um celular novo em uma das 959 lojas ou no site da rede. A economia pode chegar a mais de R$ 2.500, dependendo do valor da avaliação do aparelho usado. A ação é semelhante à Sai Zica, promoção do Magalu realizada durante a Copa do Mundo de 2018 para a troca de aparelhos de TV, que resultou em vendas de mais de um milhão de telas. A dedução total no valor da compra é determinada pelas características do celular usado entregue pelo cliente – avaliadas por um sistema do Magalu operado pelos vendedores – e pelo modelo de smartphone escolhido para a compra.
Novas possibilidades
Dados são o novo combustível que já move a economia e isso só vai se intensificar exponencialmente nas próximas décadas. Mas é preciso saber como trabalhá-los. A BDS DataSolution, que tem feito esse trabalho para as áreas de risco de mercado há mais de 20 anos, vai levar sua expertise em estruturação e integração de dados para outras indústrias. A empresa está criando uma spin-off, que se juntará ao universo das startups do Cubo Itaú, e passará a oferecer seus produtos de gestão de dados quantitativos temporais para novos segmentos como compliance, econometria, seguros, energia, entre outros. "Teremos infinitas possibilidades de interação, colaboração e networking com outros empreendedores ", afirma Cadu Martins, sócio-fundador e CEO.
Nova economia
A Bloomberg e o Centro de Intercâmbio Econômico Internacional da China (CCIEE) anunciaram que o Fórum da Nova Economia de 2019 será realizado em Pequim do dia 20 ao dia 22 de novembro deste ano, nas margens do Lago Yanqi, com visão para a Grande Muralha. Aproximadamente de 500 dos executivos mais influentes do mundo, inovadores em tecnologia, autoridades governamentais, especialistas e acadêmicos de mais de 60 países e regiões se reunirão em Pequim para propor soluções para a enorme desordem que está ocorrendo, à medida que o equilíbrio do poder econômico global está em transição para o continente asiático. A nova economia será cada vez mais moldada por potências emergentes, bem como por tecnologias avançadas, enquanto uma revolução industrial está promovendo desenvolvimentos críticos nos campos da ciência e tecnologia, comércio e finanças. Ao mesmo tempo, o protecionismo comercial está em ascensão e instituições multilaterais como a Organização Mundial do Comércio (OMC) enfrentam desafios.
fonte: LILIANA LAVORATTI via https://www.dci.com.br/colunistas/plano-de-voo/economia-real-sente-o-baque-da-estagnac-o-1.803504?fbclid=IwAR0s8IyWX_8_fC_aSCXIN6ewoxlaeHkQeEw_7BTzRFBihn2OIM-fg5V_oKA