Com o fim das eleições para presidência do Brasil, com o pleito finalizado, e a definição pela mudança na política brasileira, começam a surgir as dúvidas e especulações a respeito da economia do País.
As perspectivas iniciais são boas. No primeiro dia após a confirmação de Jair Messias Bolsonaro como presidente, o dólar comercial operava em queda e a Bolsa subia. Os ETFs, fundos de índices do Brasil listados na Europa, saltaram nessa segunda-feira (29). Ações na Alemanha avançaram 6,4% enquanto em Londres saltou para 6,8%. Na Bolsa Japonesa, o ETF de Bovespa subiu 13%. E não parou por aí, o dólar comercial operava em queda, a moeda caía (por volta das 10h) 1,14%, sendo vendida a R$3,613.
“Os resultados nas bolsas é o reflexo de que o mundo espera um posicionamento diferente do país”, afirma Rui Rocha, sócio fundador da Partner Consulting, consultoria de negócios de grandes empresas da América Latina. Segundo o consultor, essa virada, com a retirada do poder do continuísmo, ou seja 16 anos de um mesmo governo, o Brasil passa a ter uma abertura para dialogar com outras nações e ter uma pauta diferente, ainda produtiva. “É uma oportunidade de sairmos da mesmice em que nos encontramos visando a saída da estagnação. O novo cenário que se abre, se vislumbra como uma boa oportunidade para que o Brasil se reposicione”, avalia Rocha.
A vitória de Bolsonaro traz incertezas, mas também alguns pontos positivos a serem avaliados. A aproximação das nações desenvolvidas, dos países desenvolvidos é um expectativa boa para o país. “O governo conseguindo se aproximar das grandes potências, da Comunidade Europeia, criando um relacionamento, é extremamente importante para a economia do Brasil”, ressalta Rocha. Segundo o consultor, o país durante muitos anos se voltou para a América Latina, melhorando as ações bilaterais, “o Mercosul é um mercado que deve ser explorado de maneira forte, mas sem idealismo”, ressalta.
Quando Jair Bolsonaro fala que precisamos ter um forte representante de Relações Exteriores, alguém com um bom trânsito internacional, que tenha acesso aos governos trazendo novos investidores, novos investimentos. “É uma perspectiva muito grande que se abre”, vislumbra Rocha.
Outro ponto positivo com a mudança do poder na presidência, é a retirada do poder da máquina administrativa que foi montada, que não é eficaz, é uma máquina administrativa onerosa, que verdadeiramente só serve para atender interesses políticos e não técnicos. “A expectativa é que o governo consiga dar esse passo ao pais, fazendo de fato essa mudança”, avalia Rocha.
Privatização, um tema que volta na pauta
“O Brasil não é um país preparado para gerir empresas”, enfatiza Rui Rocha. A função do governo não é de atuar como iniciativa privada, ou como gestor empresarial de negócios, “sua função é viabilizar negócios, ser facilitador, assim como é em outros países”, explica Rocha.
“Acredito que muitas estatais devem ser privatizadas, assim acabam os interesses políticos e a corrupção. Exonera-se isso, tira-se do governo o que lhe torna ineficiente.”, salienta.
As perspectivas de relações internacionais, atração de investimentos, desoneração da máquina administrativa, implica em reduzir custos e melhorar a dívida interna. “Com isso, a privatização de algumas estatais é muito bem vinda, pois vai alavancar uma melhoria bem significativa no crescimento do Brasil”, explica.
Após essas eleições o brasileiro vai viver uma onda de otimismo, mesmo que ainda não sejam comprovados por números. “Vejo que o clima seja de fazer dar certo, tanto do empresariado, como do governo e da sociedade. E essa motivação é que promove o crescimento e consequentemente gera-se mais empregos e investimentos”, finaliza Rocha.